Mercado prevê alta de 1 ponto da Selic esta semana e cogita estouro da meta de inflação em 2022
- admsindicatobancar
- 20 de set. de 2021
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Sem perspectiva de uma trégua na escalada dos preços no País no curto prazo, analistas do mercado financeiro acreditam que o Banco Central (BC) seguirá a política de aumento dos juros para controlar a inflação e levá-la para o centro da meta, de 3,5% em 2022. De 51 instituições financeiras e consultorias consultadas pelo Projeções Broadcast, 44 prevêem um aumento de 1 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira. Com isso, o colegiado do BC, que se reúne a cada 45 dias para calibrar a Selic, elevaria a taxa para 6,25% ao ano.
Apenas sete instituições consultadas mantiveram as apostas em um ajuste mais duro da taxa básica de juros nessa reunião, o que foi cogitado pelo mercado após os dados mais recentes da inflação mostrarem um IPCA acumulado de 9,68% em 12 meses até agosto. Diversos economistas chegaram a apostar em uma “paulada” nos juros ainda mais forte que a alta de 1 ponto porcentual da última reunião do Copom, que elevou a Selic para 5,25% ao ano. Para se ter uma ideia da intensidade da medida, a última vez que o BC aumentou a taxa básica de juros em mais de 1 ponto porcentual de uma só vez foi em dezembro de 2002, nos últimos dias do governo Fernando Henrique Cardoso.
No entanto, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, realinhou as expectativas na semana passada ao garantir que o Copom vai manter "o plano de voo", reforçando a sinalização de mais uma alta de 1 ponto. Ele prometeu que o Copom elevará a Selic o quanto for preciso para conter a inflação, mas esclareceu que o colegiado não irá reagir a cada novo dado divulgado.
O economista diz que, para ser mais agressivo nos juros agora e trazer a inflação para o centro da meta de 3,5% no próximo ano, o BC teria que sacrificar ainda mais o crescimento da economia em 2022. Mesmo assim, a ABBC já revisou sua projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano de 1,5% para apenas 1%.
Fonte: Estadão
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